Foi divulgado pelo Grupo de Estudos em Segurança Pública do GITEP/UCPel mais um boletim técnico com os resultados da pesquisa sobre Assédio e Violência Sexual em Pelotas, dessa vez no transporte coletivo urbano. A pesquisa coordenada pelo GESP/GITEP do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da UCPel em parceria com a Campanha Permanente de Conscientização e Enfrentamento ao Assédio e Violência Sexual no Município de Pelotas (Decreto Legislativo Nº 672), divulgou em março desse ano dados sobre o setor do comércio.

Mais uma vez, os dados são alarmantes e apontam que o assédio sexual no transporte coletivo em Pelotas está acima da média nacional (7,8%), e o maior percentual de vítimas são mulheres jovens entre 16 e 24 anos (45,7%).

A pesquisa, realizada no dia 27 de março de 2019, ouviu 407 mulheres. Tem um grau de confiança de 95% e uma margem de erro de 5%. Vamos aos dados:

34% das usuárias percebem já terem sido vítimas de algum tipo de assédio e/ou violência sexual; cerca de 22% nas modalidades de contato físico. Dentre as vítimas, o assédio com contato físico, caracterizado como toques e aproximação corporal inoportuna, é a modalidade de maior incidência, seguida do assédio verbal (cantadas, gracejos, “piadas indecorosas”).

Em relação aos últimos 12 meses se declararam constrangidas uma vez 21% das usuárias do transporte coletivo; duas vezes, 20% e três vezes ou mais, 29%.

Outro dado preocupante é em relação às denúncias. Observa-se que a maioria das mulheres (43% das vítimas) não
denunciou por uma possível descrença com o Sistema de Justiça, ao afirmarem que “nada seria resolvido”, bem como se percebe a naturalização da violência de gênero na sociedade.

“Tais dados reforçam a importância da Campanha Permanente de Conscientização e Enfrentamento ao Assédio e
Violência Sexual no Município. Afinal, não é demais reforçar, Pelotas se encontra acima da média nacional neste tipo de assédio e violência.”

BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!