Desde o dia 15 de março, um dia depois da execução da vereadora Marielle Franco, milhares de pessoas têm saído às ruas, no Brasil e no Mundo, para homenagear a vida e luta dessa grande mulher , para exigir justiça e também para denunciar o extermínio da população negra. Em Pelotas, centenas de pessoas se reuniram em um ato público há uma semana, realizado na “Esquina Democrática”, no calçadão da Andrade Neves e, desde então, diversas mobilizações vêm sendo realizadas.
Marielle era uma mulher negra, mãe, bissexual, socióloga, moradora da Favela da Maré, militante dos direitos humanos, e a vereadora mais votada pelo PSOL, sendo a quinta mais votada na cidade do Rio de Janeiro. Estava em seu primeiro mandato.
No dia 14 de março, Marielle, juntamente com o motorista Anderson Gomes, foram brutalmente executados. O carro em que estavam foi alvejado com 13 tiros, 4 deles desferidos precisamente a cabeça da vereadora. Marielle entra para uma triste estatística: o “Atlas da violência” (IPEA e FBSP 2017) divulgou que de cada 100 pessoas assassinadas, no Brasil, 71 são negras. Nos últimos anos, o índice de mortalidade de mulheres negras subiu 22%. Um genocídio que precisa parar. Uma das pautas que levou Marielle à política.
Atuante à frente de diversas causas de minorias, ela vinha de uma atividade organizada pelo seu partido PSOL, de onde foi seguida por seus assassinos até o local da execução, segundo os investigadores.
Marielle, que desde o inicio de seu mandato vinha denunciando os abusos de poder da Polícia Militar e da Intervenção Federal, foi morta por munições que foram vendidas no ano de 2006 para a Policia Federal. Todos os indícios levam a crer que ela tenha sido executada.
Assassinada enquanto denunciava um falido modelo de segurança pública, onde os alvos tinham classe social e cor, Marielle Franco sempre foi símbolo de combatividade contra políticas de repressão. Denunciava a falta de políticas públicas efetivas nas áreas como educação, saúde, cultura, moradia digna. Compreendia que, somente com investimento nessas áreas, teríamos uma sociedade mais justa e menos violenta. Marielle, lutava pelos direitos da população mais pobre, pois vivenciou na pele esses problemas. Marielle nunca se calou diante das injustiças, sempre se colocou contra esse sistema.
Que sua coragem sirva de inspiração e que o medo não nos paralise. Que juntos sigamos lutando por seus projetos de vida, que nos são comuns. E que busquemos respostas para a pergunta: “A quem interessou a execução de Marielle?”
Exigiremos investigações exaustivas sobre essa barbárie e que seus autores sejam punidos nos rigores da lei.

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