Violência Contra a Mulher: Aspectos Cotidianos do Machismo Estrutural

Primeiramente convém lembrar o significado do conceito de machismo: o machismo pressupõe que as mulheres são por natureza seres inferiores aos homens. Machismo é um conjunto de crenças, práticas sociais, condutas e atitudes que promovem a marginalização da mulher como sujeito em diversos âmbitos, como o econômico, o profissional, o familiar, o sexual, e o político. Há quem diga que a luta feminista, que nada mais é do que a defesa dos direitos humanos e sociais das mulheres não é necessária. Trata-se de um grande equívoco pois, devido a sociedade patriarcal e estruturalmente machista em que vivemos, a realidade enfrentada pelas mulheres é de desigualdade, muitas vezes extrema, em relação aos homens.

No dia a dia a violência contra a mulher, assume as mais diferentes formas, formando uma verdadeira ‘cultura de violência’ que se manifesta através do feminicídio, das violências sexuais, das demais violências físicas, psicológicas e financeiras. Assédio, intimidação, abuso verbal, falta de respeito, linguagem ofensiva, “piadas” machistas e objetificação da mulher, são algumas das faces mais recorrentes e cotidianas dessa cultura. Portanto, se engana quem acredita que só há violência machista quando ocorrem episódios em que um homem venha a agredir fisicamente uma mulher. 

É machismo quando um homem utiliza o termo “louca” ao se referir a uma mulher, na tentativa de distorcer e deslegitimar uma fala ou atitude da mesma.

É machismo, a prática muito comum, infelizmente, de homens explicarem algo que já tenha sido devidamente explicado por uma mulher. 

É machismo quando uma mulher é impedida de terminar um raciocínio, pois alguns homens acham, em determinados episódios, que o que eles têm a dizer é mais importante, interrompendo assim, a fala da mulher.

Se analisarmos os parlamentos, não só no Brasil, mas na maior parte do mundo, iremos nos deparar com ambientes compostos, em sua ampla maioria, por homens brancos e héteros, realidade que torna estes espaços tomados pelo machismo e com episódios de violência contra as mulheres que os ocupam, em menor número, sendo reproduzidos cotidianamente.

Mas nós, mulheres, não nos calaremos! 

E é para combater o machismo, em defesa da garantia dos direitos já existentes e para que mais direitos sejam conquistados que existem mandatos combativos e de luta, como o Mandato da Vereadora Fernanda. 

Nosso posicionamento em favor das lutas das mulheres é legítimo e responde a milhares de vozes que existem na sociedade, gritando juntas: chega de violência e opressão contra a mulher. 

Silenciar uma mulher nos espaços de poder é deslegitimar um número cada vez maior de mulheres e, também, de homens, que querem mudanças significativas na sociedade, rompendo com amarras de gênero que em nada contribuem na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

Somos a maioria da população nacional e essa proporcionalidade ainda não é refletida em uma série de espaços. A culpa não é, definitivamente, das mulheres. A culpa é do machismo que é um problema social real, que nos ataca, nos limita, nos violenta.

Ocupar a política é uma forma de trabalhar para que as barreiras da opressão sejam derrubadas, através da criação de políticas públicas que diminuam as desigualdades de gênero e possibilitem o avanço das mulheres na sociedade. Seja através de atuação em Secretarias, Coordenadorias, Conselhos ou Mandatos, precisamos de mais mulheres com poder de decisão coletiva que pensem com e para todas as mulheres que compõem a sociedade, com respeito às necessidades reais de cada uma. 

Nosso partido, o PSOL, é exemplo na política nacional, somos o único partido com paridade de gênero na Câmara Federal, ou seja, nossa Bancada lá em Brasília, conta com número igual de mulheres e homens, que juntos buscam melhorar as condições da vida de toda a população brasileira.

É preciso repetir: acostumem-se com a presença das mulheres nos espaços de poder! Acostumem-se com a intensidade que carregamos, pois ao fazermos uso de nossa voz em espaços como estes, estamos fazendo ecoar as vozes de milhares de outras mulheres, também oprimidas e violentadas, que lutam todos os dias por respeito e liberdade. 


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