Por Bruno Castro.

INTRODUÇÃO
Profunda análise feita em contexto histórico socio-econômico de Pelotas.
O perfil social e econômico pode-se dividir em 3 períodos: a era do charque, a era de um leve e curto período de industrialização e o atual momento: comércio.

Desde a fundação do município até o final do período do charque Pelotas gerava muita riqueza, devido ao lamentável período escravista a cidade que produzia muito capital, este, era concentrado nas mãos de pouquíssimas pessoas. Logo após o fim do da escravidão como consequência não era mais interessante investir em charque. Os agora “ex-escravos” não tinham para onde ir -devido a uma abolição atrasada e sem garantias mínimas de sobrevivência e começam os primeiros sinais de periferias na região urbana.

Depois do final do período do charque são muitos anos de depressão econômica até a chegada da industrialização: Fiação e tecidos, frigorífico Anglo, Cotada S/A, Compotas HP, Frigorífico Sudeste, Engenho Pedro Osório e muitos outros. Todos os citados as instalações ainda existem, algumas estão abandonadas e outras estão exercendo alguma atividade diferente da inicial.

Porém, todos tem algo em comum: regiões periféricas e com alto número de criminalidade ao seu redor. Que é extremamente fácil perceber o motivo: Um grande centro, por exemplo como o Anglo, gerando em 1970 a 1980 em média de 10.000 empregos diretos e indiretos e pessoas procurando emprego em toda região sul, acontece um êxodo com destino a Pelotas. As empresas fecham quase todas no mesmo período, as famílias tem diminuição quase total ou em 70% de sua renda. E seus filhos, netos, bisnetos não tem tanto acesso à educação e à emprego culmina em aumento da criminalidade.

Nos dias atuais a principal fonte de emprego do município é o comércio. É algo preocupante uma vez que muitas pessoas ainda vivam de aluguel em Pelotas, e o salário médio é R$1200,00. O que ajuda ainda mais para a desigualdade social.

Não podemos mais deixar de ignorar os novos meios de trabalho, como os trabalhadores de aplicativos. Resultado da soma da alta taxa de desemprego e das poucas alternativas realmente atraentes. Apesar de estarem em um sistema mais vulnerável como a falta de direitos tipo férias remuneradas, 13º salário e etc, estão também colocados em modelo sazonal, ou seja as vezes tem e as vezes não tem ou as vezes pagam para trabalhar. Apesar desses pontos negativos é importante lembrar que possivelmente esses trabalhadores estariam hoje aumentando mais as filas dos SINES Brasil afora.

Conclusão
É necessário reinventar o município para que volte a gerar empregos e aumente a renda per-capita dos seus cidadãos e não deixando os aplicativos como a alternativa mais atraente e o comércio como principal. A colônia, a praia do laranjal e o centro histórico não perdem em nada com relação a beleza de cidades turísticas do Brasil e da Europa. A cultura do município é extremamente rica, conta com biblioteca pública, teatros centenários, mercado público central e uma gastronomia local com os seus doces conhecidos no Brasil todo, excelentes restaurantes e lancherias com os melhores “baurus” do Brasil.

Com a industrialização mundial em recessão e a especulação do mercado financeiro como moda mundial as classes trabalhadoras, média, pequenos e médios empresários (maiores pagadores de impostos do país e quem mais geram riqueza) precisam reinventar uma saída para o desenvolvimento econômico de Pelotas. A exploração desse polo turístico destacado no sul do Rio Grande do Sul, pode sim tornar Pelotas o principal destino das agências de turismo do RS e de países como Uruguai, Argentina e Paraguai.

É possível, porém muito difícil se tornar a capital do turismo no Rio Grande do Sul explorar e divulgar nossas belas cachoeiras na região colonial, respeitando o meio ambiente como se faz em praias de Santa Catarina, aliás SC é o estado mais pobre da região sul e o RS o mais rico, porém a melhor distribuição de renda do estado catarinense impacta positivamente em toda economia com mais empresas abertas, mais empregos gerados melhores índices escolares e menos burocracia.

Contudo com os problemas financeiros das prefeituras em todos os lugares seria necessário a união do poder publico com os empresários locais para execução de tais projetos, para que o dinheiro gerado aqui, fique aqui. É impossível continuar a política econômica do PSDB em Pelotas que assalta o bolso do contribuinte aumentando ou criando impostos (água, iptu, taxa do lixo, taxa da iluminação etc) para capitar recursos.

Acredito que o PSOL, um partido criado em 2005 e já em 2006 denunciava a tributação imposta aos trabalhadores, á classe média, micro e pequenos empresários têm que ser contrário a essas posições da administração atual do PSDB. Devemos anunciar um projeto de criação de empregos sem depender doar subsídios a empresas de fora daqui e criar um modelo próprio em cima daquilo que já é feito aqui, por gente daqui.

Geração de empregos é mais qualidade de vida, é o principal combatente do crime organizado.

*Bruno Castro é trabalhador do ramo de alimentos e pré candidato a vereador pelo PSOL Pelotas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *